sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Despertar dos Antigos.

Por Stephen Dziklewicz

Em uma noite de Terça feira, 24 de Janeiro de 1995 quando a lua estava em seu ultimo quarto, executei uma invocação aos Antigos. Essa invocação foi baseada em pesquisas e meditação a cerca dos Antigos. Que por sua vez foi estimulado por obras de Kenneth Grant em seu livro: Outer Gatways. A fundação do meu trabalho eram dois textos inspirados que apesar de suas origens e finalidades possuíam a mesma característica mágica. Eu consultei os trabalhos de Howard Phillips Lovecraft – O chamado de Cthulhu e de Aleister Crowley – Líber VII, , The Book of the Lapis Lazuli, onde no sétimo capítulo encontrei o mantra chave de Olalam Imal Tutulu.

Antes da invocação, eu finalmente tinha formulado uma forma satisfatória de se trabalhar com os
sigilos para o despertar. Que foi derivado da composição de letras do mantra, um método de sigilo similar ao desenvolvido por Austin Osman Spare. Embora essa técnica seja de uma sublime
simplicidade, é essencial que o símbolo desenvolvido seja uma representação do mantra para que
sirva como veiculo eficaz para a energia utilizada no processo. Diversas formas alternativas podem ser sugeridas como sendo apropriadas para o mesmo sigilo. Certamente, nos casos mais complexos com que trabalhamos aqui – Onde cada palavra é um foco concentrado em uma energia – Pode ser útil utilizar uma seqüência de imagens conduzindo completamente as formas simbó licas expressas no sigilo. Isso será comentando na descrição a cerca de invocação, mas o exemplo a seguir poderá nos dar uma base:

Suponha que o mantra desperte os Antigos, e Cthulhu seja o foco principal. O sigilo de Cthulhu sozinho é o componente mais complexo do símbolo do sigilo utilizado no despertar. Mostra-se a seguir:

(Link retirado)

Aqui, os tentáculos de Cthulhu , simbolizado como as torres gêmeas de Cthulhu, são fechadas juntas; esperando o influxo dessa energia mágica que os polarizará na atividade e liberará a barra horizontal que sela as astes no fundo permitindo assim, que o sol negro de R´lyeh desperte essa manifestação, no caso Cthulhu. Em combinação com outros elementos do mantra de libertação, o sigilo incorpora-se a celebração do evento.

Invocação dos Grandes Antigos.

Eu executei a invocação assentado em um tipo de mesa coberta por um pano verde escuro. (Estava de frente para o noroeste, mas a orientação para esse tipo de trabalho não é considerada
significante, por ser um simples rito que não requer a invocação de Elementais). Centralizei-me sobre a mesa e em um recipiente oval foi colocada uma única vela, azul e verde; e a direita um pequeno recipiente de bronze portando incenso; e a esquerda uma figura pequena de um Cthulhu fixado em uma resina verde. Em frente estava o sigilo para o despertar, desenhado em uma folha A4. Na esquerda, também estavam os textos usados na invocação e a direita um frasco de vinho vermelho para estimular os sentidos.

As 11:30 p.m, iniciei o rito ascendendo a vela e o incenso. Peguei minha copia de O chamado de Cthulhu, e li sobre os Antigos, de como tinham vindo de terras distantes e etc. – Sonhando – em sua cidade R’lyeh , e de como tinha afundado abaixo do mar e sobre o culto secreto que perpetua sua memória. Li o texto quietamente, mas audivelmente; Aquilo me era familiar, ao ler e ao ouvir-me dava-me uma maior compreensão, então desliguei a luz e concentrei-me focalizando meu olhar na chama solitária da vela e comecei a repetir a invocação de Cthulhu.

Ph’nglui inglw’nafh Cthulhu R’lyeh wgah’nagl fhtagn.

Eu continuei até que o mantra se tornou preciso e liquido em sua modulação; inteiramente ressonante dentro do meu ser.

Quando persistia na invocação por um longo tempo e minha boca ficava seca, eu tomava um pouco de vinho. Então peguei minha copia do Liber VII e colocando-o dentro do pequeno círculo de luz em minha volta, comecei a ler seu sétimo capitulo. Novamente minha leitura estava quieta, mas audível e feita com intensidade referente à invocação: apreciando a beleza lírica de seus versos e apreciando inteiramente a forma sensual com que descrevia as relações intimas entre os adeptos e os guardiões. E Crowley, enquanto ele mesmo, era estranho sobre a perspectiva de Lovecraft e eu considerando minha própria modalidade do entendimento/acesso do/ao texto, aquilo parecia ser algo com que eu tinha grande afinidade.

Havia, naturalmente, versos contidos que se alinhavam a minha intenção, destes, os mais notáveis eram:

20: Thou hast stirred in Thy sleep, 0 ancient sorrow of years! Thou hast raised Thine head to strike, and all is dissolved into the Abyss of Glory.

29: Haverá um sigilo como de um oceano negro vasto da ninhada da morte e da chama central da escuridão, radiando sua noite sobre tudo.

Na conclusão da leitura, fiz uma súplica espontânea aos Antigos, me dirigindo a eles como antepassados poderosos e convidando-os para iluminar meus caminhos com o conhecimento de suas obras. Então, depois de uma pausa, comecei a entoar o mantra de libertação:

Olalain linal Tutulu.

Isso foi feito de forma calma e solene; porém de forma insistente para um Cthulhu adormecido. Realizei logo. Enquanto concentrei no mantra olhei diretamente nas chamas da vela, em seguida desloquei meu olhar para o sigilo do despertar. Em sua base, visualizei a cidade de R´lyeh emergindo das águas e elevando-se destas águas as duas torres gêmeas de Cthulhu: altas e imponentes. [...] é levantado entre os pilares o Sol Negro que age sobre o Caos. Enquanto o poder dos Antigos se ergue aos céus, no centro das torres o Sol Negro libera suas chamas trazendo uma nova Era.

Persistindo no mantra, concentrei no sigilo e depois fechei os olhos e visualizando o sigilo como gravado sobre a entrada escura do local de descanso de Cthulhu. Modifiquei meu procedimento mudando o chamado de cthulhu passando agora a invocar a força sombria dos sepulcros da noite, chamando o Antigo à luz. Quando recomecei o mantra, este tomou um tom mais insistente, parecendo uma canção. Mas esta não era uma decisão consciente de minha parte, mas estava claro que o mantra tinha se transformado em uma canção de celebração para se levantar o grande Cthulhu. Enquanto continuei com o canto, ciente da luz e do perfume do incenso, todas as sensações focalizadas dentro de uma zona pequena e intimamente ligada à escuridão da noite, tive uma experiência forte ao sentir uma presença Antiga e só então soube que a invocação tinha conseguido sua finalidade. Este tinha sido somente um rito preliminar, mas soube que minha escolha do mantra e do sigilo estavam corretas. Coloquei um pouco de vinho em meu copo e comecei a fazer anotações a cerca do rito; já se aproximava da 12:45 am.

Depois, ainda assentado sobre a mesa, girei para ver um dos trabalhos de Lovecraft para ler sua descrição "the nightmare corpse-city of R’lyeh," – e contemplar as implicações de seu imaginário sombrio e carregado. A idéia principal é de que os Antigos seriam de um outro lugar, estrangeiros a esse plano; estranhos a compreensão humana, mas inevitáveis. Para conseguir o alvo deve-se extrair conceitos fixados dentro da psyque-humana. Assim, Lovecraft consultou ao "the cosmic majesty of this dripping Babylon of elder daemons," extraindo em cima da uma visão sexual apocalíptica de "Mystery, Babylon the Great, the Mother of Harlots and Abominations of the Earth" descrito no capitulo dezessete; mas há outras alusões, outras imagens que abririam
acima[...] um fechamento às chaves exploradas em minha invocação.

Identifiquei “A coluna de pedra grandiosa que emerge do mar” com a vela azul e verde em cima do meu altar; com sua chama solitária que representa as sombras escuras dos sonhos que se insinuam em acordar a consciência. [...] Eu tinha identificado o sigilo para o despertar. Lovecraft diz na cena:

"The very sun of heaven seemed distorted when viewed through the polarising miasma welling out from this sea-soaked perversion..." Esta fusão de imagens lembrou-me de um antigo texto de Ugaritic conhecido como The Tale of Aqhat.

To raise a solemn stone for ancestors,

For the departed, a sun-disk;

To draw his wraith like vapour from the earth,

And guard his shrine from impious hands. (*)

Para Lovecraft, levantar-se de R´lyeh, o despertar de Cthulhu seria um evento cataclísmico de proporções terríveis; que descreveu como “A loucura do mar’ – No contraste a implicação de minha invocação, enquanto o despertar dos Antigos; é uma experiência poderosa e transformadora, não a manifestação da loucura; mas um renascer da luz escondida.

(*) The Tale of Aqhat: Translated with an Introduction by Francis Landy; The Menard Press, London , 1981. The text, which is very incomplete, dates to c.1365 B.C.

Por Stephen Dziklewicz

Traduzido por: Frater AhaZeD

Publicado por : Thenebris

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